Pautando-se na idéia de que não conhecemos a história, ou a raíz, de nossas idéias ou pensamento, o proposto exercício é o seguinte:
Compare um livro, ou pessoa que você conhece e um que você não conhece. Qual a diferença entre os dois? A diferença não está no nível da informação.
Está no nível do poder, o que você pode fazer com aquilo.
No nível da afeição
Finalidade: existe um elemento em todo conhecimento de intimidade, ou de proximidade. Onde você sente que aqueles elementos conhecidos já não estão só no objeto mas fazem parte de você. Como voce os encorporou e eles são valores e elementos da sua vida, você é responsável por aquilo. E você não responde por aquilo que você não conhece.
3 Elementos
Intimidade
Identificação
Responsabilidade
O que o objeto conhecido tem que o outro não tem? O que acontece na alma com relação com a coisa conhecida.
Qual a diferença entre conhecer e não conhecer? O que o objeto conhecido tem que os outros não tem?
Recordar, ver qual a experiência que tem de um e a que não tem de outro.
Recordar o que já sabe. O deposito do conhecimento já está em nós. Existem dentro camadas que funcionam de maneira mais discreta e mais rápida, e que sabe mais do que eu sei que sei.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Cinco notas sobre a substância.
Segundo Giovanni Reale, Aristóteles entende a substância das seguintes maneiras (as notas são minhas):
Notas: Tomando como exemplo a substância "homem". Se eu digo "o homem x é branco" eu estou atribuindo uma característica (uma categoria qualitativa) ao homem x. Se eu disser, de inverso "a brancura ESTÁ no homem", da mesma forma a brancura não se torna substância. Caso eu diga, de inverso: "o branco é bonito": este branco o qual eu elogiei não existe por si, ele está em outro. A brancura não existe por si mesma, ela é um acidental. Ora, eu só posso dizer que a brancura da parede, da roupa, do homem, etc é bonita. E caso eu pretenda me referir à brancura em sentido "universal", ou melhor, "geral", então eu estaria dizendo que o branco é bonito em todas as coisas em que ele existe - deste modo, não podendo me desvincular da realidade.
2) Em segundo lugar, só um ente capaz de subsistir separadamente do resto, de modo autônomo, em si e por si, tem estofo para ser chamado de substância.
Sem notas.
3) Em terceiro lugar, pode-se chamar de substância somente o que é algo determinado; portando, não pode ser substância um atributo universal ou um ente da razão.
Notas pendentes.
4) ademais, a característica da substância é a intrínseca unidade: não pode ser substância um agregado de partes, uma multiplicidade não organizada de maneira unitária.
Notas pendentes
5) Enfim, é característica da substância o ato e a atualidade: só será substância o que é ato ou implica essencialmente ato e não o que é mera potencialidade ou potencialidade não atuada.
Notas pendentes.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Os 4 tipos de ser segundo Aristóteles
Giovanni Reale, no volume de introdução da obra, resume:
"Os quatro significados do ser são, na realidade, quatro grupos de significado, todos eles encabeçados pelo primeiro, isto é, pelas categorias. O ser como potência e ato tem lugar segundo as diversas categorias e só segundo elas; não subsiste fora delas ou além delas. O ser como verdadeiro, que consiste na operação mental de unir e de separar, só pode se basear nas categorias, que são, justamente o que é unido ou separado. Enfim, também o ser acidental funda-se sobre o ser categorial e não é mais que uma afecção acidental ou acontecimento segundo as várias figuras das categorias."
O problema, quanto à essa questão, se colocou primordialmente na diferenciação entre categoria e acidente. Ora, como explica Reale, é fortuito que o homem seja branco ou negro; esteja em Londres ou em Curitiba; tenha 1,80 de altura ou 1,70, e assim sucessivamente em todas as categorias. Entretanto, é NECESSÁRIO que tenha uma cor, esteja em algum lugar e seja mensurável.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Unívocos, equívocos e análogos.
Aristóteles chamava de homônimos aquelas coisas tais que tem apenas o nome em comum (ex: homem real e homem pintado. Ex. do próprio Aristóteles). E de sinônimo aquelas coisas que, além do signo verbal, possuem a mesma significação (no sentido eidético). No medievo as palavras foram substituídas por unívocos e equívocos.
Nota: Análogo "se aplica a vários sujeitos em um sentido nem totalmente idêntico nem totalmente diferente. Assim, a saúde é uma noção analógica enquanto aplicada a um alimento, ao rosto e ao corpo. Com efeito, o alimento produz a saúde, o rosto exprime a saúde, e só o corpo a possui"
Uma idéia é unívoca, a idéia de "homem" não pode significar duas coisas diferentes, não se pode dizer "homem" e pensar em um "gato", como pena de ferir o princípio lógico de Parmênides: "uma coisa não pode ser outra diferente ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto". A significação é apenas uma. Já os gestos e a comunicação física de atributos psíquicos são equívocos. Usando o exemplo de Raeymaeker: pode-se levantar da mesa em uma reunião tanto para falar, quando para protestar. O gesto é o mesmo, a significação é diferenciada. O que vale aqui é a materialidade, o modo como se preenche o gesto ou comunicação escrita e falada.
A analogia, por sua vez, designa duas formas: metáfora (ou analogia de proporcionalidade) e a analogia de atribuição. A metáfora se caracteriza pela atribuição de "termos acessórios" sob os quais dois seres distintos se parecem. Exemplo: o leão é o rei da selva. O leão não está investido de realeza, porém, por algumas de suas qualidades semelhantes às do rei, a afirmação não está errada. Analogia de atribuição, por sua vez, caracteriza-se pela atribuição de uma idéia a um termo secundário, cujo qual conhecemos em sua plenitude o ligando naturalmente ao termo principal. Utilizando-se do exemplo de Aristóteles: a palavra "são" pode designar um estado de consciência desprovido de perturbação, assim como algo saudável. Se eu digo "esta comida é saudável", o termo principal não é a comida, mas sim o homem que a come. Ela fará bem, será saudável para aquele que a comer.
O que se faz, então, quando se diz que algo é análogo? Se pega o universal e o atribui à duas coisas diferentes, porém, com algumas semelhanças. Os unívocos tem significação igual, e os equívocos são distintos.
Nota: Análogo "se aplica a vários sujeitos em um sentido nem totalmente idêntico nem totalmente diferente. Assim, a saúde é uma noção analógica enquanto aplicada a um alimento, ao rosto e ao corpo. Com efeito, o alimento produz a saúde, o rosto exprime a saúde, e só o corpo a possui"
Dúvida da dúvida.
"Si enim fallor, sum". Se, ao conhecer, devemos assumir ao menos uma das partes como reais, não poderemos, então, falar em possibilidade determinante de um não-conhecer. Pois, se duvido da minha própria dúvida, tenho consciência de que duvido, logo, tenho certeza da consciência que duvida.
consciência e realidade
A tentativa moderna de colocar o mundo entre parênteses é falha. As abstrações só tem significado quando se referem à entidade real particular e concreta. Vivemos na realidade, e dentro dela somos.
"A consciência vivida não está situada em uma esfera estranha à vida, assim como a vida consciente não se acha fora nem acima da realidade existente, hostil a toda categoria do ser." (Raeymaeker)
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