Uma idéia é unívoca, a idéia de "homem" não pode significar duas coisas diferentes, não se pode dizer "homem" e pensar em um "gato", como pena de ferir o princípio lógico de Parmênides: "uma coisa não pode ser outra diferente ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto". A significação é apenas uma. Já os gestos e a comunicação física de atributos psíquicos são equívocos. Usando o exemplo de Raeymaeker: pode-se levantar da mesa em uma reunião tanto para falar, quando para protestar. O gesto é o mesmo, a significação é diferenciada. O que vale aqui é a materialidade, o modo como se preenche o gesto ou comunicação escrita e falada.
A analogia, por sua vez, designa duas formas: metáfora (ou analogia de proporcionalidade) e a analogia de atribuição. A metáfora se caracteriza pela atribuição de "termos acessórios" sob os quais dois seres distintos se parecem. Exemplo: o leão é o rei da selva. O leão não está investido de realeza, porém, por algumas de suas qualidades semelhantes às do rei, a afirmação não está errada. Analogia de atribuição, por sua vez, caracteriza-se pela atribuição de uma idéia a um termo secundário, cujo qual conhecemos em sua plenitude o ligando naturalmente ao termo principal. Utilizando-se do exemplo de Aristóteles: a palavra "são" pode designar um estado de consciência desprovido de perturbação, assim como algo saudável. Se eu digo "esta comida é saudável", o termo principal não é a comida, mas sim o homem que a come. Ela fará bem, será saudável para aquele que a comer.
O que se faz, então, quando se diz que algo é análogo? Se pega o universal e o atribui à duas coisas diferentes, porém, com algumas semelhanças. Os unívocos tem significação igual, e os equívocos são distintos.
Nota: Análogo "se aplica a vários sujeitos em um sentido nem totalmente idêntico nem totalmente diferente. Assim, a saúde é uma noção analógica enquanto aplicada a um alimento, ao rosto e ao corpo. Com efeito, o alimento produz a saúde, o rosto exprime a saúde, e só o corpo a possui"
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